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Mensagem e mensageiro

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Escrito por Stanley Arco

Dois elementos integrados para cumprir a missão.

Stanley Arco

Depois da morte de Estevão, instaurou-se uma violenta perseguição e dispersão dos crentes de Jerusalém, algo que Deus permitiu e transformou em um recurso missionário. Estevão e muitos outros pagaram um preço alto ao dar testemunho de coragem, fé e esperança. Filipe, um dos sete diáconos, foi também expulso. “Enquanto isso, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a Palavra. Filipe foi à cidade de Samaria e anunciava Cristo ao povo dali. As multidões, unânimes, davam atenção às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele fazia. […] E houve grande alegria naquela cidade” (At 8:4-8).

Essa história é uma joia missionária que demonstra como a leitura das Escrituras e a obediência imediata ao chamado de Deus são inseparáveis. “Um anjo do Senhor disse a Filipe: ‘Levante-se e vá para o Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto’”(v. 26). No caminho, ele encontrou um oficial influente e de alta patente, administrador na corte de Candace, rainha dos etíopes.

“Então o Espírito disse a Filipe: ‘Aproxime-se dessa carruagem e acompanhe-a’. Correndo para lá, Filipe ouviu que o homem estava lendo o profeta Isaías […]” (v. 29, 30). Ele estava lendo, mas sem entender, a passagem do Servo Sofredor em Isaías 53. Por isso, perguntou: “[…] a quem se refere o profeta. Fala de si mesmo ou de outra pessoa?” (v. 34). A Palavra de Deus estava presente, mas precisava ser explicada. Filipe não se esquivou da pergunta nem inventou uma resposta. Ele usou o texto bíblico que o homem tinha em mãos para conduzi-lo a Jesus. “Então Filipe explicou. E, começando com esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a mensagem de Jesus” (v. 35).

As Escrituras são a base para a proclamação da mensagem de salvação. Nesse relato, o resultado foi imediato: o eunuco etíope entendeu, creu e pediu o batismo, o que representa a expansão da fé “até os confins da Terra” (At 1:8). A Palavra de Deus fornece a mensagem, e o mensageiro, ao cumprir sua missão, é usado pelo Espírito Santo para explicá-la.

Em uma época de tantas palavras sem sentido, vale a pena lembrar que “uma única frase das Escrituras é de muito mais valor que 10 mil ideias e argumentos humanos. […] A presença de Cristo no coração é um poder vitalizante que fortalece o ser todo” (Ellen G, White, Conselhos Sobre Saúde [CPB, 2025], p. 171). A mensagem exige mensageiros que a vivam e a compartilhem. “O etíope representa uma grande classe que necessita ser ensinada por missionários como Filipe, que ouvem a voz de Deus e vão aonde Ele manda. Há muitos que estão lendo as Escrituras sem compreender seu verdadeiro significado. Em todo o mundo, homens e mulheres olham atentamente para o céu. De pessoas ansiosas por luz, por graça e pelo Espírito Santo, sobem orações, lágrimas e indagações. Muitos estão no limiar do reino, esperando somente ser recolhidos” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos [CPB, 2021], p. 69). Fundamentados na Palavra e focados na missão, sejamos todos “o Filipe” de que muitos “etíopes” precisam para cruzar o limiar do reino de Deus.

O plano intitulado “Integrados na Missão”, que norteará o trabalho da igreja no próximo quinquênio (2026-2030), busca fortalecer nossa identidade e deixa claro o que devemos fazer como igreja. Como afirmou o pastor Erton Köhler no primeiro Concílio Anual que ele liderou como presidente da Associação Geral: “Isto é o que somos como adventistas do sétimo dia: povo do Livro, fundamentado na Palavra de Deus e comprometido com a missão de Cristo.” 

STANLEY ARCO é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul

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Stanley Arco

Presidente da Igreja Adventista para a América do Sul

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