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Escrito por Da Redação

Como encarar os conflitos de uma geração conectada

Pablo Canalis

Carol estava indignada, triste e frustrada. Resmungava, chutava objetos, chorava e cerrava os dentes, enquanto subia as escadas em direção ao quarto. Ao entrar, bateu a porta com força, jogou-se na cama e, cobrindo o rosto com um travesseiro, gritou o mais alto que conseguiu.

O pai, que observava toda aquela sequência de atitudes impetuosas, decidiu segui-la, perguntando: “Filha, o que está acontecendo?”

A esposa saiu da cozinha e disse: “Amor, deixe-a quieta, por enquanto.”

O pai, que já estava no quinto degrau da escada, pronto para subir e conversar com a filha, deteve-se e desceu para ouvir a esposa com atenção: “O que deu nessa menina? Não gosto quando ela não me responde e sai chutando as coisas!”

Com calma, a mulher começou a explicar-lhe o que estava acontecendo: “A Carol ficou indignada porque o namorado postou uma foto com uma amiga nas redes sociais, e já faz uma semana que ele não publica nenhuma foto com ela.”

O pai não escondeu sua indignação: “Tudo isso por causa de uma foto nas redes sociais? Não é possível! Na minha época, não existia esse mimimi de rede social.” Então, se levantou para conversar com a filha.

A mãe segurou o braço dele e disse: “Calma… nossa época já passou. O mundo mudou muito. A realidade das novas gerações é dividida em vivência real e virtual. Os códigos são outros. Não adianta você ficar bravo, tentando convencê-la de que deveria ser diferente. Para a Carol, isso foi uma situação que a deixou insegura e com raiva. Deixe-a respirar por alguns minutos. Enquanto isso, acalme-se também. Depois, tente conversar com ela.”

A mãe de Carol tomou uma atitude muito sensata. Atualmente, o mundo está dividido entre o virtual e o presencial. No dia a dia, dedicamos cada vez mais horas ao ambiente digital. Nesse espaço fazemos compras, fechamos negócios, estudamos, trabalhamos, jogamos e conversamos. Nesse contexto, também encontramos situações prejudiciais, como bullying, ameaças, fraudes, roubos, assédios e outras formas de violência que tornam a vida mais difícil.

Não devemos nos apegar às nossas experiências do passado em face das transformações. O maravilhoso da vida é que sempre temos a oportunidade de aprender. Isso não está relacionado à idade. Essa habilidade persistirá no Céu: aprenderemos por toda a eternidade. Adaptar-se a novas experiências e adquirir novos conhecimentos será um dos maiores privilégios da vida eterna.

Que tal começarmos a praticar desde já? Vamos aprender a agir de maneira renovada, sem jamais abrir mão dos princípios eternos que o Senhor nos concedeu. Que nosso amor a Deus seja intenso e verdadeiro, e que amemos o próximo como a nós mesmos, seja no mundo real ou virtual. Assim, experimentaremos uma fé sólida e relevante para todos os tempos. 

PABLO CANALIS é médico especialista em Psiquiatria, pós-graduado em Medicina da Família e Comunidade

Sobre o autor

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Da Redação

Equipe da Revista Adventista

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