Zeno Charles-Marcel e Peter Landless
Dormir bem é essencial para a saúde e consiste em um dos oito remédios naturais. Embora a insônia tenha diversas causas e vários tratamentos, vamos nos concentrar no papel do magnésio. Esse mineral é fundamental para mais de 300 processos no organismo, incluindo a sinalização neuronal, o funcionamento adequado dos músculos e a produção de melatonina, o hormônio responsável por uma boa noite de sono. Nos últimos anos, pesquisadores têm investigado se o magnésio pode realmente melhorar a qualidade do sono. Alguns estudos indicam resultados positivos, mas o consumo excessivo dessa substância, sem orientação profissional, pode ser prejudicial.
O magnésio influencia o sono ao atuar no controle de neurotransmissores que acalmam o sistema nervoso e promovem o relaxamento do corpo. Além disso, contribui para a manutenção de níveis saudáveis de melatonina. Pessoas com deficiência desse mineral frequentemente apresentam dificuldades para dormir, acordam durante a noite ou enfrentam problemas com a síndrome das pernas inquietas.
A suplementação de magnésio pode beneficiar algumas pessoas, mas não todas. Um estudo de 2012 avaliou o efeito do mineral em idosos com insônia. Aqueles que receberam 500 mg diários durante oito semanas adormeceram mais rapidamente, tiveram sono mais prolongado, permaneceram mais tempo efetivamente dormindo na cama e apresentaram menor frequência de despertares antes do horário desejado.
Uma revisão de diversos estudos, publicada em 2021, também indicou que a suplementação de magnésio proporciona uma melhora discreta na qualidade do sono, especialmente em pessoas mais velhas ou que já sofrem de insônia. Ainda assim, os cientistas destacam a necessidade de mais estudos, principalmente de longo prazo, para confirmar esses efeitos.
Qualquer pessoa que esteja considerando o uso de magnésio para melhorar o sono deve primeiro consultar um médico. Vale lembrar também que a forma mais segura e eficaz de obtê-lo continua sendo por meio de uma alimentação saudável, rica em alimentos que naturalmente são fontes desse mineral, como feijão-preto, feijão-vermelho, espinafre, tofu, nozes, aveia, arroz integral e quinoa. Esses alimentos não apenas fornecem magnésio, mas também contribuem para a saúde geral do corpo. 
ZENO L. CHARLES-MARCEL é clínico geral e diretor do Ministério de Saúde na Associação Geral; PETER N. LANDLESS é cardiologista e diretor emérito do mesmo departamento
(Artigo publicado na edição de novembro/2025 da Revista Adventista / Adventist Review)


